Page 192 - Património Geomorfológico e Geoconservação
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ATAS / PROCEEDINGS I ENCONTRO LUSO-BRASILEIRO DE PATRIMÓNIO GEOMORFOLÓGICO E GEOCONSERVAÇÃO





1. INTRODUÇÃO

O património geomorfológico é constituído pelas formas do relevo, depósitos
correlativos e processos associados, manifestados a diferentes escalas e aos quais se

atribui um conjunto de valores (científico-pedagógico, estético, cultural, ecológico e/ou

económico) decorrentes da perceção humana. Estes elementos geomorfológicos,
apresentando elevado valor patrimonial, devem ser objeto de proteção legal e promoção

cultural, científico-pedagógica e para atividades de lazer, desporto e turismo.
Para tanto, é indispensável que este património possa ser avaliado a partir de um

conjunto de atributos de valoração correspondentes às características desses elementos

que os justificam como património, tais como singularidade, raridade,
representatividade e grandiosidade. Com base nos trabalhos anteriores desenvolvidos

neste âmbito (VIEIRA e CUNHA, 2004; CUNHA e VIEIRA, 2004; VIEIRA, 2008, 2013), e na
sequência da sistematização do património geomorfológico proposto por Figueiró,

VIEIRA e CUNHA (2014), procedeu-se a aplicação de uma metodologia de avaliação a

uma área de montanha do centro-norte de Portugal, a Serra de Montemuro, procurando
avaliar a sua aplicabilidade a um âmbito mais generalizado.



2. AVALIAÇÃO DO PATRIMÓNIO GEOMORFOLÓGICO

A avaliação do Património Geomorfológico passa pela consideração de um

conjunto de atributos de valoração, correspondentes ao valor que podemos atribuir a um
elemento, do ponto de vista científico-pedagógico, estético, cultural, económico e/ou

ecológico.
No entanto, a avaliação destes critérios constitui uma tarefa bastante subjetiva,

dependente, em muitos casos, da apreciação pessoal dos elementos e dos

condicionalismos culturais e ambientais. Neste sentido, tem vindo a privilegiar-se na
análise do Património Geomorfológico uma aproximação semi-quantitativa, que permite

quantificar os diversos parâmetros considerados, por forma a reduzir, de algum modo, a

subjetividade inerente a este processo de avaliação.
Consequentemente, para a prossecução da inventariação e valorização do

Património Geomorfológico, tal como PEREIRA (2006) refere, podem definir-se duas
etapas: uma mais subjetiva, que corresponde à inventariação dos elementos

geomorfológicos, dependente diretamente da perspetiva e condicionalismos inerentes ao



ISBN: 978-989-96462-5-4
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