Page 134 - Património Geomorfológico e Geoconservação
P. 134


ATAS / PROCEEDINGS I ENCONTRO LUSO-BRASILEIRO DE PATRIMÓNIO GEOMORFOLÓGICO E GEOCONSERVAÇÃO





com direção N55ºW. Esta fratura terá permitido a injeção ou o contacto atual do granito.
A marmita do poço do Inferno é um local de convergência de vários sistemas de

fraturas. Para além da fratura já mencionada, distinguem-se outras com direção N20ºE e
dois corredores de cisalhamento, onde a rocha está mais alterada, com direções N60º a

75ºE e N40ºW. O corredor de cisalhamento N40ºW corta os outros e as fraturas N20ºE

e N55ºW, sendo as de direção N20ºE que condicionam a ribeira.


3. CONCLUSÕES


Em todos estes exemplos, os processos exógenos moldaram as rochas que, em
conjunto com os endógenos deram origem às paisagens atuais. A identificação dos LIGs

(em 2.) reveste-se de grande utilidade por perspetivar articulações com os conteúdos e
objetivos dos diferentes programas de Geologia, permitindo organizar diferentes

percursos didáticos. Os exemplos selecionados apresentam uma localização adequada e

têm sido usados na construção de recursos didáticos e na realização de aulas de campo,
no âmbito do ensino da Geologia e Geomorfologia de todos os graus de ensino e de

estudos no âmbito da formação de professores. Como exemplos de LIGs, na Serra da
Estrela, foram selecionados: 1) a Senhora do Espinheiro; 2) o Miradouro do Sabugueiro; 3) o

lugar do Cocharil; 4) a Lagoa Comprida; 5) o Rodeio Grande; 6) o Cântaro Magro e Rua dos
Mercadores; 7) a Senhora da Estrela; 8) a Nave de Santo António; e 9) o Poço do Inferno.


AGRADECIMENTOS
FCT and CI & DETS (PEst-OE/CED/UI4016/2014).
Alguns trabalhos efetuados para a realização deste estudo foram custeados pelos autores.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


DAVEAU, S. (2004) – “A Cordilheira Central. In Feio, M. e Daveau, S., (Organizadores), O
Relevo de Portugal – Grandes Unidades Regionais”. Associação Portuguesa de
Geomorfólogos, Vol. II, Coimbra, pp. 75-95.
FERREIRA, A.B. (1993) - “Manifestações Geomorfológicas Glaciárias e Periglaciárias em
Portugal”. In CARVALHO, G.S., FERREIRA, A.B. e MARTINEZ, J.C. O Quaternário em
Portugal: Balanço e Perspectivas. APEQ, Edições Colibri, Lisboa, pp. 75-84.
FERREIRA, N., VIEIRA, G. (1999) - Carta Geológica Simplificada, escala 1:75.000. Parque
Natural da Serra da Estrela. Instituto da Conservação da Natureza, Lisboa.
FERREIRA, N., VIEIRA, G. (1999) - Guia Geológico e Geomorfológico do Parque Natural da
Serra da Estrela. Instituto da Conservação da Natureza, Lisboa, 106p.





ISBN: 978-989-96462-5-4 124

   129   130   131   132   133   134   135   136   137   138   139