Page 137 - Património Geomorfológico e Geoconservação

ATAS / PROCEEDINGS I ENCONTRO LUSO-BRASILEIRO DE PATRIMÓNIO GEOMORFOLÓGICO E GEOCONSERVAÇÃO

O património geomorfológico assume-se como um elemento constituinte da
paisagem e que interage com todos os outros factores que a compõem. Ele insere-se na

vertente abiótica do património natural, que serve de suporte à vida animal e vegetal,
isto é, à componente biótica do património natural.

A temática do património geomorfológico tem vindo a ser cada vez mais objecto

de estudo pela comunidade científica nacional e internacional, no sentido de o valorizar
e proteger. Este é entendido como um recurso natural endógeno de grande valor socio-

económico e cultural, que assume grande relevância no processo de desenvolvimento
sustentável.

Estes elementos geomorfológicos são recursos naturais de elevado valor
patrimonial, visto que, a escalas diversas, desempenham um papel fundamental na

estrutura da paisagem, através da particularidade e notabilidade que lhe conferem.

Neste sentido, iremos debruçar-nos sobre estes elementos, numa perspectiva de
valorização e promoção no concelho do Sabugal.

1.1. ENQUADRAMENTO GEOGRÁFICO DA ÁREA DE ESTUDO

A área de estudo localiza-se no extremo sul da NUT III Beira Interior Norte, e

confina a NW com o concelho da Guarda, que é o principal polo dinamizador desta

região.
Do ponto de vista morfológico o concelho do Sabugal insere-se em três unidades

com características muito particulares, a superfície da Meseta, a Cordilheira Central
Ibérica e a depressão da Cova da Beira. Desta diversidade geomorfológica resultam

áreas aplanadas de declives suaves, que contrastam com áreas caracterizadas por um
relevo vigoroso de vertentes abruptas.

Quanto à litologia ostenta dois tipos de complexos antigos e muito fracturados

que têm um importante papel na sua morfologia (BENTO, 1996). Um de origem
metassedimentar, ante-ordovícico, conhecido actualmente por Complexo Xisto-

Grauváquico (CUNHA, 1992), o outro, de idade posterior, Hercínico, de origem eruptiva
conhecido por Granito das Beiras, fazendo parte dele formações com idades e texturas

diversas (THADEU, 1951). Além destes dois complexos litológicos, aparecem também

materiais mais recentes de origem sedimentar, uns constituídos por arenitos arcósicos,
outros constituídos por calhaus rolados de origem fluvial.

ISBN: 978-989-96462-5-4
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